Desceu as escadas serena,e sorridente... preparada a tomar um café da manhã feito pela sua mãe. Aquele café ja posto na mesa, quentinho, com pão novo e manteiga...
Nathaly tem 65 anos, é quase lógico ela já não ter mãe.Mas é sempre assim, Nathaly só lembra que sua mãe faleceu quando ela tinha 15 anos, quando ela se olha no espelho, ou quando ela passa em frente ao quarto (que ela sempre matem a porta fechada, para se sentir 50 anos mais nova toda manhã) e vê a cama arrumada. Então Nathaly passou a cobrir os espelhos também, para não ver as marcas de idade em seu rosto.
Nathaly agora mora sozinha, aposentada, solteira, sem filhos nem amigos. Gosta de sentir querida e confortavel em sua casa. Nathaly não sai, então quando precisa de alguma coisa como remédios (apesar dela gostar de sentir nova ela não é), ela liga e alguém traz em sua casa.
Nathaly parou de estudar quando sua mãe morreu.Nathaly é semi analfabeta, mas como seus pais tinham uma situação financeira estável, ela não precisou trabalhar muito, e recebe pensão ainda, apos o falecimento de ambos.
Então ela realmente, não tem necessidade, e mesmo que tivesse não teria vontade (de sair de casa).
Só que hoje, quando ela acordou ela se sentiu mal. Nathaly mora sozinha, e seus vizinhos não tem muito intimidade com ela. Como ela mal só saia de casa de manhã pra regar as plantas e dar bom dia a quem estava por perto (apesar de solitária, não era nem rabugenta, nem arrogante, não era chata, e pelo contrário, estava sempre com um sorriso e uma voz meiga,dizendo bom dia), os vizinhos notaram quando está manhã, não viram a querida senhora solitária.
Então chamaram imediatamente a policia, que arrombou a porta( apos de várias toques na campainha, e gritos ). Encontram a Nathaly no banheiro. Aparentemente desmaiada. Colocaram-a numa maca, e a levaram com pressa a um hospital.
Nathaly num tinha responsáveis, então permaneceu sozinha, e internada. Nathaly começou a se recuperar e a enfermeira a aconselhou dar umas voltas nas alas do hospital (segundo a mesma, Nathaly estava passando mal, porque era muito solitária, e saia muito pouco. Não tinha contato com ninguém. As conversas dela se baseavam no ''bom dia'' ).
Embora Nathaly não quisera sair de seu quarto, decidiu seguir as recomendações, enfim de que, recebe alta mais rápido possível, e se mandasse pra casa. Ela não suportara falta de rotina.
No seu excitante passeio pelas alas do hospital, ela resolveu visitar as crianças e adolescentes com cancêr.
Ela olhou-os atraves dos vidros transparentes. Crianças sorrindo. Foi então que ela sentiu seu avental sacudir.
Era uma menina, linda, carequinha, provavelmente com cancer também.
Senhora: o que desejas?
Menina:Conversar!
Senhora: comigo?porque?
menina: Estou sozinha. Não tenho ninguém. Preciso de alguém pra falar o que sinto.
Senhora: E teus pais?
Menina: Descobriram que eu morreria cedo. Acho que não queriam sofrer. Pagam meu tratamento, mas não veêm me ver desde a quimioterapia. Não falam comigo. Sabem que não me resta muito tempo. Acho a lógica deles errada. Se eu tivesse filhos, eu seria como os outros pais.Gostaria de ficar com eles até o ultimo minuto.
Senhora (já emocionada): Quantos anos você tem? Seus pais nunca conversaram com você?
Menina: Tenho 14. Não sei. Só ouço a voz deles quando eles vem pagar o tratamento. Mas não os vejo. Queria ve-los, mas respeito o desejo de ambos.
Senhora: A quanto tempo esta aqui?
Menina: Muito tempo. Não lembro de outra casa.
Senhora: e as outras crianças não conversam com você?
Menina: Sim, as vezes elas temtam alguma aproximação. Mas prefiro não ter contato com elas. Cansei de chorar. Amigos aqui chegam e se vão. Morrem, e eu sofro. Agora sem contato quando vejo que uma criança não esta mais em seu leito, apenas rezo pela alma delas. Não sofro tanto. Não choro mais.
Senhora: Tão nova e sofrendo assim.
Menina:Deus sabe o que faz. As vezes penso qual seria meu motivo de ter nascido. Mas são muitas perguntas...e poucas respostas.
Senhora: Já obteve alguma resposta ?
Menina: Sim. Quando perguntei a Deus o que fazer, ele me mostrou a esperança e a fé.
Senhora (espantada): como ele fez isso?
Menina: Ele faz isso todos os dias. As crianças por aqui vivem cada minuto como se fosse o ultimo.
Senhora (mais emocionada,não conseguia falar.Ela duvidava muito da vida.)
Menina: Foi bom conversar com a senhora. Nos vemos amanhã?
Senhora: Quem sabe! Vai onde?
Menina: Fisoterapia.
Senhora: Não vai voltar?
Menina: Volto muito cansada, e praticamente dopada. Por isso,durmo.
Senhora: Então vá. Melhoras pra você.
Menina: A senhora vai rezar por mim?
Senhora: Não acredito em Deus.
Menina: Acredite em milagres!
Senhora:já viu algum milagre?
Menina: Não. nem flores. Aqui só tem artificiais. As vezes finjo que são reais e espirro água nelas. Mas elas não brotam.
Senhora: É provavelmente porque são artificiais.Não quero te fazer acreditar no que eu acredito, mas...tem 14 anos nunca viu um milagre, eu tenho 65,também nunca vi.
Menina: Mas a senhora não acredita.
Senhora: mas você acredita. E que diferença isso fez?
Menina: AINDA (destacando bem a palavra na pronuncia), nenhuma.Mas Deus me mostrou a fé.
Senhora: Vá menina, esta atrasada.
A menina se retira. No dia seguinte, menina não encontra a senhora. Depois de dois dias, a menina anda pelas alas do hospital, e enxerga a senhora sentada na maca. Ela entra no quarto.
Menina:Oi.
Senhora: o que faz aqui?
Menina:Não vejo a senhora a alguns dias. Temi o pior.
Senhora: Não se preocupe comigo, não tenho cancer.
(se toca da mancada) Quero dizerrr....(não conclui, a menina enterrompe)
Menina: Eu sei. Olhei na sua ficha médica.É por isso mesmo que estou preocupada a senhora não tem cancer.
SenhoraNão entendo. MEXEU na minha ficha(assustada)?
Menina: Sou filha do hospital, minha senhora.
Senhora:Mas porque preocupada comigo?
Menina: Se a senhora tivesse cancer teria fé, tendo fé se acredita em Deus, acreditando em Deus, você estara salva.
Senhora:Salva? do que?
Menina: Das coisas ruim.
Senhora: Cancer é bom?
Menina:Depende do ponto de vista.
(silêncio)
O tempo passa, e a senhora, compreende, e adimira cada vez mais a força da menina. Ela nunca se rendeu.Nem fraquejou. A senhora nunca a viu chorar.
Senhora:Você não chora menina?
Menina: Choro sim senhora. A senhora não?
Senhora: Choro com sua história as vezes. Mas não a vejo chorar.
Menina: Choro sozinha. Eu sou sozinha. Não quero sua pena, vou me afastar.
menina saindo.
Senhora: Não vá.Te quero por perto. Quero ser salva!
Menina: Quer Deus?
Senhora: Ele me mandou você como meu anjo. Provavelmente sua tarefa nesta terra é me salvar.
Menina: anjo?
Senhora: Vai me ajudar?
Menina: A senhora esta se ajudando.
Senhora: Me ajude a entender Deus. Porque você passa por tudo isso, tão novinha, e tão meiga?
Menina: Essa é uma das minhas perguntas.
Senhora: Quero respostas!
Menina:Não as tive!
Senhora: Mas e o teu Deus?
Menina: Nosso Deus. Ele me responde as perguntas que vão me fazer seguir em frente.
Senhora: Mas isso vai me fazer seguir em frente.
Menina: Então pergunte a ele!
Senhora:Como?
Menina: Reze!
Senhora: Não sei rezar.
Menina:acredite.
Senhora: no que?
Menina: nele.
As horas dos dias passam rápido. É complicado uma pessoa viver 65 anos sem Deus, e num dia, você diz que ela tem que rezar.
A noite:
Senhora sozinha em seu quarto.
Oi. Meu nome é Natally. Bom, acho que o Senhor já deve saber que tenho 65 anos e vivo sozinha. Essa menina me fez vir conversar com o senhor hoje. Quero ajuda-la a cumprir sua tarefa na terra. Acredito que seja me salvar. Eu tô nesse hospital, mas por um opição. Essa menina tem uma força incrivel. Porque ela sofre tanto? Essa resposta me fara seguir em frente. Nunca falei com o Senhor antes, porque nunca tive prova de que o Senhor existe. Mas acho que você quer esfregar sua existência na minha cara,e me mandou esse anjo. Proteja-a Senhor.Me mostre o milagre. Amem.
No dia seguinte a senhora acorda, e pergunta para as enfermeiras sobre a menina. As enfermeiras não sabem dizer quem. A senhora nunca soube o nome dela. Mas a senhora explica que deve ser a única menina que os pais não vem visitar.
As enfermeiras dizem que é impossivel. Os pais sempre visitam as crianças, principalmente nesta etapa. A senhora explica novamente:
Senhora: Ela tem cabelos escuros, veste branco, olhos escuros, baixinha, 14 anos. Esta sempre passeando pelo corredor. Impossivel vocês não terem a visto.
Enfermeira: Venha comigo.
Elas vão até a capela do hospital.
Senhora: O que fazemos aqui?
Enfermeira: Olhe. Aponta para uma estatua de asas. A senhora descreveu um dos anjos do Senhor.
Por:AlineMasera
Me arrepiei toda. Fiquei assim, sem reação, foi linda!